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Crítica: ‘Dois é Demais em Orlando’, uma boa comédia nacional

Sou daquelas pessoas que julgam demais o livro pela capa. Alguns dirão que é errado, e até concordo, mas quando estamos acostumados demais com um padrão de mesmice, esse pensamento é inerente. ‘Dois é Demais em Orlando’ entrou nesse meu pré julgamento de filmes nacionais que buscam uma comédia rasa e fácil. Para minha surpresa, me diverti. Amo queimar a língua nesses casos. Não que essa obra seja a maior maravilha do mundo, mas o divertimento familiar está garantido.

Sinopse

João (Eduardo Sterblich) é um adulto com uma alma infantil que está prestes a sair de férias e com viagem marcada para Orlando, onde ele visitará o Parque da Universal. Um dia antes de sua viagem, sua chefe pede um favor para ele: levar seu filho, Carlos Alberto (Pedro Burgarelli) junto na viagem a fim de encontrar o pai no destino final. Chegando lá, o pai não pode ficar com o filho e cabe a João cuidar do menino até que um dos pais esteja disponível novamente. Um adulto que age como criança e uma criança que age como adulto terão que deixar suas diferenças de lado para uma boa convivência e para terem as férias divertidas que imaginaram.

Boa comédia no estilo Sessão da Tarde

‘Dois é Demais em Orlando’ é uma divertida comédia digna de uma boa Sessão da Tarde. Todo aquele clichê do adulto que odeia crianças está presente na película e todos sabemos o fim dessa relação. Ódio mútuo, união temporária em prol dos dois, uma afinidade inesperada, a decepção de um dos lados, e aquela redenção final que vai deixá-los como melhores amigos do mundo. Pode parecer que contei tudo sobre o filme, mas isso tudo é esperado. O clichê não incomoda, o que importa mais é a jornada de aprendizado dos dois protagonistas do início até o fim, e isso é divertido.

Lição para os dois protagonistas

Uma pequena lição ainda nos é revelada. Não há nada de errado com um adulto sendo infantil, mas há momentos na vida em que ele precisa ser maduro. Para isso nem precisa perder a sua essência, apenas ganhar responsabilidade e notar que existem pessoas em volta que podem agregar demais na vida. Uma lição mostrada em outro filme já dizia: “a felicidade precisa ser compartilhada”. Viver o mundo completamente sozinho e avesso a todos também é prejudicial. Da mesma forma que uma criança também precisa agir como uma criança e não ter uma mentalidade de um senhor de idade. Esses contrastes são muito bem balanceados no longa e acabam sendo bem trabalhados.

Destaques na atuação

Muito da comédia desse longa vem do querido Eduardo Sterblich (Chacrinha: O Velho Guerreiro). Ele é bom demais e consegue levantar qualquer cena que poderia soar completamente ridícula. O seu timing humorístico é perfeito, mas entendo quem não goste. Por vezes parece ser muito caricato, mas é exatamente nisso que ele é bom, além de mandar tiradas maravilhosas. Geralmente, tenho problemas com crianças atuando em longas nacionais, mas Pedro Burgarelli (Cidade Invisível) também consegue ser muito bom. Um contraponto perfeito para Sterblich. Ele faz parecer tudo bem natural e sua atuação é leve como uma criança deve ser. Completando os destaques do elenco, tenho que incluir Daniel Furlan (Choque de Cultura) que é incrivelmente engraçado e irritante como o vilão da trama. Excelente.

Conclusão

A verdade é que dificilmente eu veria esse filme por vontade própria sem ter sido minha obrigação. Não é o meu perfil, mas tenho que dar o braço a torcer. Divertiu de uma forma inesperada e me fez dar risadas em diversos momentos, principalmente, quando menos esperava. ‘Dois é Demais em Orlando’ não é nenhuma obra-prima e nem revoluciona o gênero, mas é completamente competente para o que se propõe. Vale a conferida, ainda mais se for em família.

‘Dois é Demais em Orlando’ estreia nos cinemas em 28 de março.

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