Clube dos Vândalos enfim vai estrear após ter alguns problemas de distribuição. Inicialmente, era para ter estreado em dezembro de 2023, mas devido a greve de atores e roteiristas a Disney, que era a responsável pelo lançamento, simplesmente desistiu de lançá-lo. Não sei se teve um motivo a mais, mas ele simplesmente foi ignorado. Passou um tempo e a Focus Features adquiriu os direitos e coube a Universal Pictures ser a responsável pelo seu lançamento internacional. Quase não saiu, mas cá estamos diante de um filme bem decente e interessante de ser visto.
Sinopse
Pelo ponto de vista de Kathy (Jodie Comer) acompanhamos a jornada de uma década de um clube de motoqueiros do centro-oeste americano denominado Os Vândalos. Através de seus vários membros, vamos acompanhando toda a transformação de um simples clube de motoqueiros que gostavam apenas de curtir essa experiência compartilhada até o ponto em que se tornam uma gangue violenta que coloca em risco a vida dos membros originais do clube.
Baseado em fatos
Esse longa é baseado em fatos e foi inspirado pelo livro The Bikeriders (título original do filme também) de 1968. Ele foi realizado por Danny Lyon, aqui representado por Mike Faist (Amor, Sublime Amor) com muitas fotos e com entrevistas com os membros do clube. O próprio Danny fazia parte do clube que na vida real era chamado de Chicago Outlaws Motorcycle Club. Muito do que vemos em tela realmente aconteceu e o cuidado para mostrar em tela é notável, mas ainda assim estamos falando de uma obra romanceada e não sobre um documentário.
Um triângulo amoroso diferente
Apesar de Kathy ser a nossa narradora, o filme possui outros dois protagonistas que dão o tom de toda a história: Benny (Austin Butler) e Johnny (Tom Hardy). O primeiro é um rapaz misterioso, fiel e arruaceiro por qual Kathy se apaixona; o segundo é o fundador do clube, responsável por controlar todos e por ser um precursor da era dourada dos motoqueiros. A maioria dos principais acontecimentos deixam esses dois em cena e rola até mesmo um tipo de triângulo amoroso. Mas calma, não como você imagina. Benny ama andar de moto e ama o clube e faria de tudo por Johnny, e Kathy quer simplesmente que ele saia, pois chegou quase a morrer por causa disso. Embora somos apresentados a vários causos, a história desses três personagens é que permeiam toda a jornada.
Um filme bem decente
O filme é bom, te deixa preso na cadeira e se torna divertido em muitas partes. A primeira metade dele é bem leve mesmo. Nós temos uma dose de humor muito boa. Longe de ser uma comédia, mas mostra o tom certo de como era o início desse clube de motoqueiros. Conforme a história avança, as coisas vão ficando mais sérias e o que era apenas um encontro de amigos acaba saindo do controle dos próprios membros originais. Uma nova era surge e o que era bom é simplesmente esquecido e deixado de lado. O final me pareceu bem água com açúcar. Sei que espelhou a realidade, mas faltou algo ali que me fizesse sair plenamente satisfeito da sala de cinema.
Austin Butler é o cara do momento
Austin Butler realmente é o nosso grande galã da atualidade. Ainda não alcançou o seu ápice de popularidade, mas prevejo isso em breve. Ele é bonito, atua bem e tem mostrado uma versatilidade gigante em tela. Já foi o assassino delegado por Charles Manson, Tex Watson em Era Uma Vez em…Hollywood (2019); Já encarnou o Elvis Presley em Elvis (2022); foi o grande vilão de Duna: Parte 2 (2024), e agora um motoqueiro no qual o papel caiu como uma luva. O ator possui uma aura antiga de um grande bad boy amado pelas meninas e odiado pelos homens.
Conclusão
Clube dos Vândalos vai divertir na maioria do seu tempo. O final se torna mais triste pois mostra o fim de uma era que não queríamos que acabasse. O diretor e roteirista Jeff Nichols (O Abrigo) é bastante competente nessas duas funções e nos traz uma obra bem concisa. Não vi problema algum nele, e tudo o que vivenciamos em tela é facilmente saboreado. Me empolguei tanto com esse filme que me fez querer fazer parte de um clube desse, mesmo tendo um enorme medo de andar de moto.