Alien é uma das minhas franquias favoritas da vida. Lembro de ver Aliens: O Resgate (1986) ainda criança, sentir um grande medo e ainda assim notar que vi uma das melhores coisas da vida. O sarrafo é alto demais e sinto que nenhum longa posterior conseguiu chegar perto da excelência do primeiro e do segundo. Alien: Romulus chegou para, enfim, me dar uma felicidade e me colocar um sorriso no rosto. O diretor Fede Alvarez entendeu o que precisávamos e nos deu todos os elementos que levaram essa história a ser grande como é. Não é perfeito, mas senti a emoção de um novo filme desses terríveis xenomorfos.
Sinopse
Em um planeta terraformado onde a Weiland-Yutani explora seus habitantes até a morte, um grupo de jovens resolve mudar de vida. Quando descobrem que existe uma estação abandonada no espaço, partem para ela em busca de cápsulas criogênicas que os levem para outro planeta com condições de vida melhor. Tudo parece ser perfeito até descobrirem o motivo da estação estar abandonada. Além disso, o tempo está se esgotando, pois em pouco tempo a estação colidirá com os meteoros na órbita do planeta.
Elementos clássicos em cena
Esse filme era para ter sido lançado direto no streaming. Foi pensado para isso e ainda bem que alguém viu o potencial e conseguiu fazer com que mudassem de ideia e lançassem no cinema. Todos os elementos clássicos estão lá. Temos aquele lugar feio, opressor, sem vida criado por grandes corporações. As luzes vermelhas piscando, a urgência da morte, um robô que não sabemos direito suas reais intenções e o horror. Esse último surge no ato final e tenho certeza que vai mexer com muita gente.
Pouco número de vítimas
Um bom filme de Alien também é preciso ter pessoas para morrerem. Uma das minhas reclamações fica pelo pouco número de pessoas para serem vítimas do xenomorfo. O importante é que mesmo sendo poucos, acabamos nos importando, pois com linhas de roteiro simples entendemos a motivação de todos o suficiente para sentirmos minimamente a morte de cada um. O problema também é que algumas mortes são rápidas e feitas sem ser um momento emocionante. Acredito que esse tenha sido o maior problema desse longa.
Fede Alvarez entendeu a necessidade dos fãs
Fede Alvarez (A Morte do Demônio, O Homem nas Trevas) parece entender essa franquia e nos deleita com muitos elementos que nos liga imediatamente ao passado da franquia. Optou por efeitos práticos quando podia e isso pode parecer pouco, mas é muita coisa. É criativo em diversas cenas e nessa tenho que exemplificar a cena do corredor em que nossa protagonista fuzila os aliens e tem que escapar do ácido em gravidade zero. Excelente. Além da cena do elevador que também é de tirar o fôlego. Soma-se isso tudo ao seu ato final de puro terror e de contemplação gráfica ao fundo, e temos um dos maiores exemplares do ano no gênero.
Conclusão
Alien: Romulus é uma ótima pedida para os fãs da franquia. Ele se passa entre o 1º e o 2º e não interfere em nada no geral. Acaba sendo uma obra independente que, se quiserem, pode caber uma continuação. Não precisa, temos um bom final com uma aura épica e aterrorizante. Não chega a ser perfeito e fica longe de inventar algo realmente novo. Nesse caso, voltar ao passado sem inventar foi a melhor decisão narrativa possível. Tenho a impressão que é esse tipo de atmosfera que os fãs esperam.