A Angel Studios é uma produtora, ainda pequena e nova, que vem se destacando por aí com obras de cunho religioso e que trazem a força da fé para a tela. Entre alguns destaques dela temos a série The Chosen (2017 – ) e o filme Som da Liberdade (2023) que deu o que falar em seu lançamento. Embora haja uma polêmica pela empresa ser administrada por apoiadores do Q’anon, é inegável dizer que suas produções possuem um apelo popular forte, principalmente pelos religiosos. Cabrini não difere muito disso e nos conta a história da primeira santa norte-americana, Francisca Xavier Cabrini, uma madre italiana que foi para os Estados Unidos e colocou todo o seu espírito empreendedor em prática.
Sinopse
Cabrini narra a extraordinária jornada de Francesca Cabrini (Cristiana Dell’Anna), uma imigrante italiana que chega a Nova York em 1889. Enfrentando um cenário de doenças, crimes e crianças abandonadas, Cabrini não se deixa abater. Determinada a mudar a realidade dos mais vulneráveis, ela ousa desafiar o prefeito hostil em busca de moradia e assistência médica. Com seu inglês precário e saúde fragilizada, Cabrini utiliza sua mente empreendedora para construir um império de esperança e solidariedade. Além disso, enfrentou todo o sexismo e a violenta aversão anti-italiana na Nova Iorque do século XIX.
Todos deveriam conhecer a freira Cabrini
É meio bizarro chegar a esse momento da vida e nunca ter escutado falar dessa grande figura que já esteve em nosso mundo e que deu tudo de si para o bem de todos. Cabrini foi canonizada por um evento não mostrado durante o longa, mas seus feitos já poderiam ter sido considerados para esta canonização. Chegou aos Estados Unidos com uma missão e sem nenhum dinheiro e conseguiu erguer um império de caridade que pode ser visto pelo mundo todo. Além de freira, ela mostrou que tinha uma veia empreendedora incomum para qualquer pessoa da época. Tendo como incentivo apenas a vontade de fazer o bem e ajudar a todos os necessitados.
.Uma mulher determinada a fazer o bem
Nada desses feitos foram fáceis e gratuitos. Teve que bater de frente com muitas pessoas e ainda enfrentar o preconceito de etnia e classes na grandiosa Nova York do final do século XIX. Imigrantes italianos eram tratados como lixo, e como muito bem ela disse: “ratos vivem melhor que crianças em Five Points”. O fato dela ser mulher também ajudou a dificultar tudo e, facilmente, podemos considerá-la uma mulher empoderada que não ligava para o que os outros pensavam dela e que acabou fazendo o que deveria ser feito. O fato dela ter uma doença que dava pouco tempo de vida a ela fazia com que ela quisesse fazer as coisas para ontem, e mesmo assim, ela viveu por mais tempo do que previram.
A importância de Cabrini na época até os dias de hoje
O longa não é uma biografia completa da freira. Ele mostra o período em que ela chega nos Estados Unidos até o momento em que consegue fundar o primeiro hospital decente que atenda o povo italiano e outros imigrantes. Porém, é o suficiente para entendermos a todas as dificuldades e o quanto Francisca Cabrini foi importante para a região, e ao mundo depois. Não achei um produto panfletário e a Igreja ainda é mostrada como preconceituosa na época devido a todos as barreiras impostas a ela.
Conclusão
Cabrini é um bom filme. Temos uma boa história de uma pessoa que todos deveríamos conhecer, e não simplesmente ser esquecida pelo tempo. Tecnicamente é bem feito, mas também não rende nada de muito espetacular. Ele é protocolar e faz o seu básico de forma competente. Nele, ainda temos espaço para algumas frases bregas que servem para enaltecer a obra e que são perfeitas para o trailer final. Uma certa pessoa diz durante o filme, “você teria sido um excelente homem”. Ela anda, vem pra frente da câmera e diz “nenhum homem faria as coisas que eu faço”. Brega, mas eficiente.
Durante os créditos ainda temos uma música cantada por Andrea Bocelli e sua filha Virginia Bocelli que achei bem bonita e colarei aqui embaixo.